domingo, 30 de janeiro de 2011

Música => Cérebro

Na verdade, a música não existe fora do nosso cérebro. O que nós interpretamos como sendo música é apenas a percepção que o nosso cérebro tem (por transmissão de impulsos nervosos) de diferentes variáveis como o tom, ritmo, altura e intensidade das vibrações que se propagam no meio e que se conjugam para formar melodia, harmonia e andamento. Apenas? Pois, de facto, esta relação entre o cérebro humano e a música vai muito para além de um mero processo auditivo. Também envolve vastas áreas do nosso cérebro com funções distintas que trabalham em conjunto para compor a nossa definição de música:
  • · Os lobos parietal e occipital são responsáveis pela leitura da música;
  • · O cerebelo e os córtex motor e pré-motor relacionam-se com a parte física da música, ou seja, são eles que nos permitem tocar música e movermo-nos ao ritmo da música;
  • · O hipocampo e o córtex pré-frontal possibilitam-nos prever e localizar-nos na música.
  • · O córtex pré-frontal também está bastante activo durante a improvisação (ex: jazz). Curiosamente, esta área está bastante ligada ao relato de uma autobiografia, o que nos leva a concluir que um músico, ao improvisar, está a contar a sua "história musical".

Como se vê, a música é um estímulo enorme e contribui de forma significativa para o desenvolvimento cerebral humano. Por exemplo, crianças que tiveram desde cedo formação em música desenvolvem mais rapidamente e melhor a sua concentração e atenção. E aquelas que aprendem um instrumento desde cedo aumentam o seu QI até 7 pontos.

Por outro lado, a música pode ser uma fonte de prazer. Ao nos mexermos ao ritmo da música, activamos os circuitos de prazer do nosso cérebro, levando-o a libertar dopamina, um neurotransmissor chave nas sensações de prazer.

Aqui fica uma imagem do nosso livro, Uma Paixão Humana - O Seu Cérebro e a Música, de Daniel Levitin, que resume todo o processamento musical que ocorre no nosso cérebro. A primeira ilustração é uma visão lateral do cérebro, estando a parte frontal à esquerda. A segunda ilustração mostra o interior do cérebro na mesma perspectiva que a primeira.

Gonçalo Ávila
Filipe Martins
Bernardo O'Neill

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