sábado, 7 de maio de 2011

O meu ouvido musical

Os sons que ouvimos devem-se à conversão de vibrações acústicas no meio em que nos encontramos em sinais eléctricos. Estes, depois, circulam através de neurónios dos nervos, chegando ao cérebro, onde são interpretados.

A questão que daqui surge é: Onde e como ocorre esta conversão?

A resposta está no ouvido interno, que é a ponte entre o exterior e o nosso cérebro musical, onde se formam os sons, e de forma espantosa, a música. Este fantástico processo requer a perfeita adaptação do ouvido interno e do cérebro a este desafio.

Passemos a explicar melhor como nasce o som. Primeiro é preciso notar que este só existe no nosso cérebro, visto que é uma interpretação das alterações que se dão no espaço que nos rodeia. Continuando, as vibrações já mencionadas fazem o tímpano, uma pequena membrana no ouvido, vibrar também, e este, por sua vez, transmite a informação vibracional por parte de minúsculas estruturas ósseas no ouvido interno. Por fim, estas vibrações entram numa estrutura óssea oca, de forma em espiral, chamada cóclea. Esta estrutura tem no seu interior uma membrana, a membrana basilar, composta à superfície por células que captam as vibrações no fluido, que se encontra também no interior da cóclea.

Cada célula tem cílios na sua membrana que se movem consoante as vibrações, resultando na abertura de pequenos poros da membrana celular, onde entram de seguida átomos metálicos do fluido circundante, mudando assim a carga eléctrica da célula. Ao longo da cóclea, diferentes células vão captando diferentes frequências, sendo que desde a sua entrada ao seu final, as frequências captadas pelas células vão de 20.000 Hz a 200 Hz, respectivamente.

Todo este fenómeno produz sinais eléctricos que são transportados pelos neurónios para o cérebro, mais especificamente para o córtex auditivo. Aqui, vários tipos de neurónios específicos para diferentes alturas de som, (diferentes notas), estão organizados de forma extremamente parecida com a organização das notas no piano.

Curiosamente, estes neurónios específicos para cada frequência sonora são um caso único no nosso organismo, visto que não existem neurónios no cérebro que sejam específicos para diferentes sabores, cheiros ou cores: tudo isto evidencia mais uma vez a peculiaridade do ser musical que há em cada um de nós.

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